sábado, 22 de outubro de 2011

Maratona Universitária da Eficiência Energética 2011 - Dia 4

Último dia de Maratona. Apesar do cansaço acumulado, chegamos cedo ao kartódromo e logo fomos à procura do capitão que nos visitara noite passada. Ao contrário de antes, as demais equipes não pareciam mais mobilizadas a se unirem e conversarem com a organização. Decidimos então fazer isso por nós mesmos, e procuramos Alberto Andriolo. Tal como antes, ele pediu que escrevêssemos uma carta explicando o problema e que a entregássemos ao responsável técnico da prova, no caso, Paulo Mazaia.

Feita uma releitura do regulamento e escolhidos alguns artigos, redigimos duas cartas: uma para irregularidades de ordem estrutural, outra para a já citada irregularidade das baterias.

No encontro com o sr. Mazaia, este alegou uma série de dificuldades que a organização estava passando para conduzir o evento. Ainda, desconsiderou nossas reclamações alegando o seguinte parágrafo do regulamento:



Para nossa Equipe isso foi uma clara mostra de que não estavam dispostos a corrigir as irregularidades e de que nada adiantava reclamar. Não havia cabimento em mudar as regras já no final de uma prova que exigiu um ano de preparo. Retornamos ao boxe e aguardamos a nossa volta, onde novamente Tamara guiaria o Alpha. A seguir, o melhor de sua pilotagem em cada um dos dias: 



Ao término da volta, Rafaela e Luiz Fernando ajudaram a tirar o Alpha da pista. O restante da Equipe, de maneira pacífica, usou nariz de palhaço para protestar contra o descaso da organização em relação ao próprio regulamento. O organizador se dirigiu pessoalmente ao nosso professor orientador ameaçando desclassificação por conta disso. A fim de evitar maiores conflitos e embaraços, adiantamos nosso regresso ao Rio de Janeiro.


A Maratona agregou uma imensa experiência à nossa Equipe, tanto a nível técnico, do início do projeto à intensa semana de trabalhos em São Paulo, quanto a nível pessoal, de se relacionar com as demais equipes e ter uma posição bem definida perante o que não considerávamos justo. No ônibus de volta o clima era de união e muitos planos para continuar com nosso projeto do veículo utilitário.

A Equipe Sparta ficou em 5º lugar dos veículos elétricos, com 8,040 km válidos.


Maratona Universitária da Eficiência Energética 2011 - Dia 3

Terceiro dia de Maratona, segundo dia de provas. Nossa Equipe aproveitou que haviam veículos treinando na pista e entraram Tamara, no Alpha, e Raphael, de skate. Ainda na primeira volta, o capitão faz mais uma presepada e cai. Levamos-no ao ambulatório, onde recebeu curativos, e depois ao boxe para repousar. Devido à chuva, a prova para os veículos elétricos foi atrasada em aproximadamente uma hora. Neste dia a pilota foi Tamara, e os membros que entraram com ela na área de largada foram Matheus e Moura.


Alpha no segundo dia de provas



Com 8,11 km marcados no GPS, nossa Equipe deixa a pista, orgulhosa de mais um desempenho acima do esperado. 

Lassery descansando

Como os resultados do dia anterior e deste não foram divulgados, ficamos esperando. Uns descansavam, outros faziam manutenção no carro e alguns iam conhecer mais de perto os concorrentes, no intuito de aprender e trocar informações para os próximos anos. Haviam equipes muito receptivas, como as da UESC (Bahia), Unifeb e EESC (São Paulo) e outras não tanto. 



Numa dessas visitas, Luiz Fernando constatou que havia um carro elétrico com um conjunto extra de baterias. Conversando com um membro responsável por ele, recebeu a resposta de que era "apenas para controle". Contudo, o artigo 101º do regulamento deste ano colocava:



Entendemos que o controle faz parte do veículo, e por isso deve ser alimentado pela fonte principal e única fornecida pela organização. Além disso, na presença de baterias extras se faz muito complicado averiguar se elas estão sendo aplicadas ou não para alimentação do motor, junto da bateria fornecida. Neste veículo flagrado, a bitola do fio que saía do conjunto extra era mais do que suficiente para suportar uma corrente compatível com a de um motor, centenas de vezes superior à consumida por um controle digital.

Consultamos o prof. Stockler, e ele foi conosco conversar com o responsável pela vistoria dos veículos, Paulo Mazaia. Este admitiu que não entendia de eletrônica (e mesmo assim vistoriava veículos elétricos) e disse que, se quiséssemos, poderíamos adicionar uma bateria para controle, quebrando com o regulamento. Procuramos o organizador da Maratona, Alberto Andriolo, e ele nos pediu uma carta explicando o problema e identificando o veículo acusado. Fizemos isso e lhe entregamos em mãos.

Neste mesmo dia, outros membros da nossa Equipe identificaram mais carros na mesma situação, com um deles portando uma bateria extra de 12 V e 1,3 Ah de capacidade, "para alimentar o PIC". PIC é um microcontrolador, que trabalha tipicamente a 5 V e consome uma corrente muito baixa (200 mA). Se a bateria extra era pra sua alimentação, por que uma tensão maior do que a necessária (e igual à da bateria principal)? E por que uma capacidade da ordem de 30% da bateria principal (ou seja, o veículo portava 30% a mais de energia que os outros), fora o peso excessivo? Apesar de tudo isso sugerir que era utilizada para auxiliar na propulsão do veículo, basta se ater ao fato de ser proibido o uso de qualquer dispositivo extra que armazene energia, independente da finalidade. Nosso intuito não é denunciar ou prejudicar nenhuma outra equipe, e portanto divulgaremos apenas uma foto para ilustrar o ocorrido.

Um dos veículos flagrados com bateria extra




Momento do anúncio do resultado parcial
No fim da tarde, chamaram um representante de cada equipe para anunciar o resultado dos dois dias para veículos elétricos. A informação era dada oralmente, numa sala, sem direito a saber maiores detalhes. Nossa equipe foi classificada em 7º lugar, com 9/10 voltas válidas no primeiro dia, com Raphael, e 10/10 voltas válidas no segundo dia, com Tamara. O resultado não tinha transparência alguma, porém foi aceito. Uma equipe vizinha fora classificada "entre 8º e 10º lugar", evidenciando também a imprecisão das medidas.

Pouco tempo depois, recebemos a visita do capitão de uma equipe concorrente. Ele vinha nos propor uma reunião entre as equipes para reclamar do veículo que estava em primeiro lugar, supostamente fora do regulamento em questão estrutural, o que lhe garantia vantagem na prova. Nossa Equipe também identificara as irregularidades do tal veículo, mas se posicionou de maneira diferente: reclamaria não só dele, mas de todos que estivessem fora do regulamento. A reunião ficou combinada para o dia seguinte, pela manhã.

Terminando a noite, dividimos pizzas e histórias com a PoliMilhagem, companheira de boxe.

domingo, 16 de outubro de 2011

Maratona Universitária da Eficiência Energética 2011 - Dia 2

Poucas horas de sono depois e sem café da manhã, os spartanos retornaram ao kartódromo para o primeiro dia provas da Maratona (12). Do lado da pista, testamos novamente a resistência do eixo e aproveitamos a inclinação para simular uma subida. Tudo saiu conforme o esperado e mais: Tamara conseguiu colocar o Alpha para andar sem ter uma velocidade inicial, fato que não ocorrera antes.

Com atraso, começou a prova para os veículos a gasolina e etanol. Do lado de fora, a nossa Equipe discutia quem deveria pilotar o Alpha, se uma das pilotas ou Raphael, o capitão da Sparta. A dúvida foi levantada pelo pouco tempo de treino que as pilotas tiveram e também por causa do acidente do dia anterior, que deixou a nossa pilota oficial um pouco insegura.

Pra dirigir o carro não basta ser leve, tem que conhecê-lo bem e ter calma. - Prof. Stockler
 
  


Feitas algumas rodadas de votação, a Equipe decidiu que Raphael pilotaria o Alpha. Ele se arrumou, se aqueceu, ouvimos ao briefing da organização e entramos na fila. Na área que dá acesso à pista apenas o piloto e mais dois membros podiam entrar, sendo eles Lassery e Luiz Fernando. Entregaram-nos a bateria, instalamos e mais um problema: o carro não ligou. Rapidamente trouxeram ferramentas e Lassery trocou de lugar com o prof. Walter, para ajudar no reparo. Não passava de um mau contato para a caixa de controle. Estávamos prontos para a prova.


  

 
Depois da pesagem do Raphael, ele entrou no Alpha e Luiz Fernando e Lassery o posicionaram no topo da rampa de partida para a pista. Neste momento, o nervosismo é inevitável. Após o sinal do juiz de prova, o Alpha foi solto e um ano de trabalho da Equipe Sparta entra na pista.

Raphael já é conhecido entre os spartanos pelo seu estilo "emocionante" de dirigir, e mesmo a 20 km/h ele não deixou de reafirmar sua fama sob os gritos e palmas da torcida carioca:



Após 7,33 km marcados pelo GPS, muito mais do que o esperado, os dois que colocaram o Alpha na pista trouxeram-no de volta, com Raphael ovacionado pelos demais membros. Fomos almoçar contentes.

No final da tarde, autorizados para treinos livres, Tamara e Maíra dirigiram o Alpha, preparando-se para os próximos dias de prova.

sábado, 15 de outubro de 2011

Maratona Universitária da Eficiência Energética 2011 - Dia 1

Depois de 4 dias em São Paulo, participando da Maratona Universitária da Eficiência Energética, a Equipe Sparta está de volta ao Rio de Janeiro e conta agora tudo o que aconteceu no evento, dividindo pelos dias.

Na viagem foram os membros Alpha (VE); Gabriel Lassery (Mecânica); Guilherme Moura (Mecânica); Herbert Prince (Mecânica); Prof. José Stockler (Mecânica); Juliana Lima (Planejamento); Luiz Fernando Vieira (Elétrica); Maíra Mascarenhas (Mecânica); Matheus Sales (Elétrica); Paulo Ferreira (Design); Pedro Arlen (Mecânica); Rafaela Araújo (Planejamento); Raoni Salomão (Mecânica); Raphael Fjällgren (Mecânica); Tamara Di Maria (Design) e Prof. Walter Suemitsu (Elétrica).

Após 7 horas de viagem, chegando de madrugada em nosso destino, na terça-feira (11) nossa Equipe se instalou no boxe 47 do kartódromo de Interlagos, junto da receptiva Equipe PoliMilhagem, da USP, que disputava a categoria gasolina.



A trilha sonora era dada pelo ronco dos motores de combustão (à noite, no hotel, o ronco vinha de outras "máquinas"), sotaques e o som alto do pessoal do Rio Grande. Porém, era dia de vistoria e precisávamos deixar nosso Alpha 100%.

Prof. Stockler e Raphael
Enquanto o pessoal da Mecânica fazia os últimos ajustes, alguns foram conhecer os outros carros. De todas as categorias, haviam veículos extremamente bem acabados, outros muito criativos e também carros muito simplórios. Com uma boa dose de ansiedade, nos encaminhamos pra vistoria à tarde, na qual fomos facilmente aprovados.

Logo em seguida, entramos na pista para reconhecê-la e elaborar uma estratégia junto de nossas pilotas Tamara e Maíra.

Reconhecendo a pista
Autorizados pelo responsável técnico da Maratona, Paulo Mazaia, a entrar na pista com o Alpha, desde que desligado, veio o primeiro susto: o nosso carro colidiu contra a proteção de pneus e teve seu eixo fraturado.

De volta ao boxe, sob os olhares de todas as outras equipes, provamos porque somos spartanos: mesmo sem o material adequado para a confecção de um novo eixo, os mecânicos da Equipe conseguiram construir um novo, de Alumínio (mesmo material do acidentado), a partir de partes menores que levamos conosco na viagem. A elétrica também sofrera danos na caixa de controle, mas que foram rapidamente resolvidos. Após seis horas intensas de trabalho, o Alpha estava recomposto e nosso exército retornou ao hotel para descansar e se preparar para o primeiro dia de prova.

Alpha com seu novo eixo sob observação de Matheus e Herbert